Nuno Pinheiro

Psicólogo Clínico

1. O que mais gosta na sua profissão?

Fazer caminho com quem me procura. A relação terapêutica assemelha-se um pouco à escalada. Há uma montanha a subir e vamos fazê-lo juntos.

Outra metáfora é uma descida até às profundezas da terra. O psicólogo deve acompanhar o seu paciente ao longo desta jornada, de tal forma que não se coloque à frente do paciente (como quem se julga dono de todo o saber e respostas), mas sim a seu lado, como um guia que descobre um caminho e o comenta à medida que o percorremos.

A beleza desta profissão está tanto na paisagem como, ao fim de um tempo, na sensação de se chegar ao nosso objectivo – o de ajudar aquela pessoa que nos chegou de asas quebradas a lidar melhor com a dor que a habita e com as provas que tem pela frente. A sensação de vê-la a voar.

2. Conte-nos uma história engraçada relacionada com a sua profissão.

Existem, de facto, histórias e momentos engraçados ao longo de uma psicoterapia. No meio do sofrimento do paciente, também existem vários momentos de alegria que o paciente partilha connosco. (Mas não vou contá-las devido ao sigilo profissional!)

3. Se pudesse tratar qualquer pessoa do mundo, quem seria? E porquê?

Tendo em conta que estamos a falar de psicologia clínica, penso que nomear esta ou aquela pessoa poderia ser interpretado por muitos de forma depreciativa. De resto, penso que todas as pessoas são importantes, independentemente do mundo conhecer o nome delas ou não. Todos somos vulneráveis e todos passamos, ao longo da vida, por situações dolorosas que nos marcam e obstáculos que nos desafiam, num grau maior ou menor. Nesse sentido, teria gosto em acompanhar qualquer pessoa.

4. Se não fosse médico, o que gostaria de ser?

Teria de ter uma profissão em que eu permanecesse colocado ao serviço dos outros, em algum contexto onde haja sofrimento humano. Nesse sentido, creio que escutar o coração dos outros e pensarmos juntos sobre isso seja uma vocação.

5. Defina a Clínica Lab numa frase.

Um espaço em que as pessoas se vão sentir bem-vindas e bem tratadas.