A piscina pode potenciar a sua saúde ou não, se a água não estiver tratada nem as instalações devidamente higienizadas pode correr vários riscos.
- Giardíase – A giardíase é uma infecção intestinal causada por um parasita microscópico. Este parasita encontra-se em riachos, lagos, piscinas ou zonas aquáticas de recreação. Pode provocar sintomas como cólicas abdominais, flatulência, náuseas e episódios de diarreia. A maneira mais comum de ser infectado com giardíase é engolir água contaminada. Animais e crianças que usam fraldas e pessoas com diarreia podem acidentalmente contaminar piscinas e spas. É mais frequente em crianças e em doentes com infecção por VIH/SIDA, fibrose quística e outras formas de imunodeficiência. Num trabalho realizado na região Norte de Portugal, em crianças com idades entre 1-5 anos, foi detectada uma taxa de infecção de 3,4%.
- Criptosporidíase – É uma doença causada per uns parasitas unicelulares, que podem ser ingeridos juntamente com comida ou água contaminada. Infectam o intestino, onde se reproduzem. Em pessoas imunosuprimidas causam gastroenterite, diarreia, dor abdominal e náuseas. Uma pessoa com diarreia e com este tipo de bactéria pode facilmente contaminar a água.
- Legionella – Segundo explica o médico e patologista clínico Germano de Sousa, a infecção por esta bactéria pode causar a febre de Pontiac (manifestação ligeira da bactéria com sintomas semelhantes a uma gripe) e a Doença dos Legionários, a manifestação mais grave, que consiste num tipo de pneumonia potencialmente letal. A legionella está geralmente presente em ecossistemas naturais de água doce e quente, como a superfície de lagos, rios, águas termais, tanques, mas também piscinas. A infecção ocorre por inalação (via respiratória) de aerossóis/gotículas contaminados pela bactéria, através dos chuveiros domésticos, torres de arrefecimento, sistemas de climatização, instalações termais, saunas e jacuzzis e que chegam aos pulmões. Não existe transmissão de pessoa para pessoa, nem pela ingestão de água contaminada.
- Otite externa – Também designada otite de surfista ou de mergulhador. É provocada habitualmente pela entrada de água no ouvido, associada a um quadro clínico de otalgia. Ocorre frequentemente após entrada de água no ouvido ou em situações de infecção de eczema do canal auditivo externo. Trata-se de uma inflamação da orelha externa e do canal auditivo.
- Dermatite ou foliculite – É uma inflamação dos folículos capilares causada pela bactéria Pseudomonas aeruginosa. A foliculite é sobretudo diagnosticada em pessoas que usam jacuzzi, sauna, piscina ou banheira de hidromassagem. Qualquer pessoa exposta a água contaminada com esta bactéria pode contrair este tipo de foliculite. Trata-se de uma inflamação da raiz dos pêlos que, normalmente, pode ser tratada em casa com o uso de sabão anti-séptico ou fármacos prescritos pelos médicos. Os sintomas de foliculite por Pseudomonas aeruginosa aparecem primeiro como caroços, prurido e pequenas espinhas com pus. As erupções de foliculite tipicamente surgem no tronco, axilas e partes superiores dos braços e pernas.
- Irritação química – Os nadadores e utilizadores da piscina queixam-se muitas vezes de ardor nos olhos, irritação nasal ou dificuldades em respirar. Uma investigação recente revela que estes sintomas surgem devido à acumulação de substâncias irritantes na água e no ar, conhecidas como cloraminas. Essa irritação é provocada pela combinação do cloro com sub-produtos. Estes subprodutos são o resultado da ligação do suor, urina e outros resíduos dos nadadores/utilizadores ao cloro.
- Piolhos – Os piolhos não são susceptíveis de serem transmitidos através da água das piscinas. Embora os níveis de cloro da piscina também não matem os piolhos, estes dificilmente conseguem sobreviver debaixo de água uma vez que não se conseguem parasitar. Porém, os piolhos podem espalhar-se em balneários. Basta partilhar toalhas, escovas de cabelo, toucas ou outros itens que tenham estado em contacto com o cabelo de uma pessoa infetada para adquirir a “praga”.
- Infeções estafilocócicas – Embora não tenha havido relatos de transmissão deste tipo de bactéria através de águas de recreio, há um risco potencial de propagação das doenças causadas pela bactéria staphylococcus aureus em instalações de recreio através do contacto com a infecção de pessoa para pessoa ou através de objectos e superfícies contaminadas. Trata-se de um germe que vive muitas vezes no nariz ou na pele de pessoas saudáveis. Pode provocar doenças, que vão desde uma simples infecção (espinhas, furúnculos e celulites) até infecões graves (pneumonia, meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico, septicemia e outras), dependendo do sistema imunitário e do historial clínico de cada pessoa. Os sintomas mais comuns deste tipo de infecções são náuseas e vómitos, por vezes acompanhados por diarreia e dores abdominais. A melhor forma de as evitar é não frequentar águas de recreio se tiver infeções cutâneas ou irritações da pele, manter todas as superfícies tocadas ou manipuladas com frequência limpas e não partilhar objectos pessoais como lâminas ou escovas.
- Teníase – Dificilmente se propaga através da água das piscinas, porém, esta infecção ocorre quando uma pessoa engole ovos de ténia presentes em superfícies ou dedos contaminados. Por isso os fatos de banho devem ser lavados e secos a cada utilização e todas as pessoas devem lavar as mãos antes e depois de usar a casa da banho.
